Lei de Murphy
É um adágio popular da cultura ocidental que afirma: "Se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará" ou "Se há mais de uma maneira de se executar uma tarefa ou trabalho, e se uma dessas maneiras resultar em catástrofe ou em consequências indesejáveis, certamente essa será a maneira escolhida por alguém para executá-la". Ela é comumente citada (ou abreviada) por "Se algo pode dar errado, dará" ou ainda "Se algo pode dar errado, dará errado da pior maneira possível, no pior momento possível".
É oriunda do resultado de um teste de tolerância à gravidade por seres humanos, feito pelo engenheiro aeroespacial norte-americano Edward Murphy. Ele deveria apresentar os resultados do teste; contudo, os sensores que deveriam registrá-lo falharam exatamente na hora. Frustrado, Murphy disse "Se este cara tem algum modo de cometer um erro, ele o fará" — em referência ao assistente que havia instalado os sensores. Daí, foi desenvolvida a assertiva: "Se existe mais de uma maneira de uma tarefa ser executada e alguma dessas maneiras resultar num desastre, certamente será a maneira escolhida por alguém para executá-la". Mais tarde, o teste obteve sucesso. Durante uma conferência de imprensa, John Stapp, que havia servido como cobaia para o teste, atribuiu ao fato de que ninguém saiu ferido dos testes por levarem em conta a Lei de Murphy e explicou as variáveis que integravam a assertiva, ante ao risco de erro e consequente catástrofe.
" qualquer coisa que pode dar errado , Dá errado"
Introdução
Você está preso em um congestionamento gigantesco e está louco para chegar em casa, mas para seu desânimo, percebe que todas as outras faixas parecem estar andando, menos a sua. Você muda de faixa, mas assim que passa para outra faixa, os carros param. Com o carro parado, você nota que todas as faixas (incluindo a que você acabou de abandonar) estão andando - menos a sua.
A Observação de Etorre da Lei de Murphy diz que a outra faixa vai sempre andar mais rápido |
Bem-vindo ao irritante mundo da Lei de Murphy. Essa expressão diz que tudo que pode dar errado vai dar errado. E pode ser isso mesmo. Não é devido a algum poder misterioso que a lei tenha. Na verdade, somos nós que damos importância à Lei de Murphy. Quando tudo dá certo, nem pensamos nisso. Afinal, esperamos que as coisas funcionem a nosso favor. Mas quando algo dá errado, procuramos razões.
Pense sobre caminhar. Quantas vezes você chegou ao seu destino e pensou "Nossa! Eu caminho muito bem"? Mas se você tropeça no meio-fio e rala o joelho, aposto que você vai pensar por que isso tinha que acontecer com você.
A Lei de Murphy tira vantagem da nossa tendência de enfatizar o negativo e não perceber o que é positivo. Ela se baseia nas leis da probabilidade - a possibilidade matemática de que algo vai acontecer.
A lei captura nossa imaginação. A Lei de Murphy e seus desdobramentos foram reunidos em livros e sites. Várias bandas têm seu nome e a Lei de Murphy também é um nome popular para pubs irlandeses e tavernas pelo mundo todo. Também foi o nome de um filme de ação.
Mas a Lei de Murphy é um conceito relativamente novo, que data da metade do século passado. O mágico Adam Hull Shirk escreveu em um ensaio em 1928, "De Como Evitar as Coisas", relatando que, em um ato de mágica, nove de dez coisas que podem dar errado geralmente dão errado [fonte:American Dialect Society (em inglês)]. Mesmo antes disso, ela era chamada de Lei de Sod, que diz que qualquer coisa ruim que pode acontecer a um pobre ingênuo vai acontecer. Na verdade, a Lei de Murphy ainda é chamada de Lei de Sod na Inglaterra [fonte: As Leis de Murphy (em inglês)].
Neste artigo, falaremos sobre a Lei de Murphy, suas conseqüências e o seu impacto no nosso mundo. Na próxima seção, veremos a história por trás da Lei de Murphy.
O fatalismo e o apelo da Lei de Murphy
Vince Bucci/AFP/Getty Images Fatalismo? Uma piscina intocada é tudo o que resta depois que uma em Laguna Beach, na Califórnia. |
Então por que a Lei de Murphy é um conceito tão universal? Afinal, quando chegamos perto de uma tomada com um plugue de dois pinos projetado para encaixar de um jeito só, temos uma chance de 50% de encaixarmos do jeito certo. Por outro lado, também temos 50% de chance de encaixar errado. Talvez a melhor explicação para a nossa atração pela Lei de Murphy seja um senso latente de fatalismo.
Fatalismo é a idéia de que somos todos impotentes diante dos caprichos do destino. Essa idéia diz que as coisas que acontecem para nós são inevitáveis, como, por exemplo, aquele joelho ralado. É a idéia de que há uma certa lei universal em ação que gosta de brincar conosco.
O fatalismo contradiz outro conceito - o livre arbítrio. Essa é a idéia de que os homens possuem liberdade de escolha e que todas as nossas escolhas e as conseqüências que vêm com elas são de nossa responsabilidade.
Talvez nossa conexão com a Lei de Murphy seja o resultado do choque entre o livre arbítrio e o fatalismo. Por um lado, a Lei de Murphy nos revela nossa própria e inegável estupidez. Se tivermos a chance de fazer alguma coisa errada, faremos errado metade das vezes. Mas isto vem de nossas próprias escolhas. Por outro lado, a Lei de Murphy também nos revela nossa falta de controle, como no caso em que parece que sempre ficamos presos na faixa que não anda no trânsito.
A Lei de Murphy e a Lei da Entropia Na verdade, a Lei de Murphy é sustentada por uma lei natural aceita: a entropia. Essa lei é usada com mais freqüência no estudo da termodinâmica - a maneira como a energia muda de uma forma para outra - e diz que, no universo, os sistemas tendem a acabar em desordem e confusão. A entropia, também conhecida como asegunda lei da termodinâmica, sustenta a afirmação da Lei de Murphy que diz que o que pode dar errado vai dar errado. |
A Lei de Murphy não prova nada, não explica nada. Simplesmente expressa uma máxima: que as coisas vão dar errado. Mas nós esquecemos de que há outras forças em ação quando falamos da Lei de Murphy. Supostamente, foi o escritor Rudyard Kipling quem disse que não interessa quantas vezes você derruba uma fatia de pão no chão pois ela sempre cai com a manteiga para baixo. Kipling, autor de "O Livro da Selva" entre outros, fez uma observação que a maioria de nós sabe: a vida é difícil, quase ao ponto de ser engraçada.
Mas quanto à fatia de pão com manteiga, devemos levar em conta o fato de que um lado está mais pesado que o outro. Significa que no seu caminho até o chão, o lado mais pesado vai virar para baixo graças à gravidade, e não vai virar para cima de volta justamente por causa da gravidade. Afinal o lado da manteiga é mais pesado do que o lado sem manteiga. Então Kipling estava certo - uma fatia de pão com manteiga vai sempre cair com a manteiga para baixo.
Na próxima capítulo, falaremos sobre a Lei de Murphy na matemática e na ciência e saberemos como a lei pode tornar nossas criações mais seguras e confiáveis.